A poltrona Boroa 2, desenhada para o CCB em 1990, incorpora em 2015 a colecção permanente do Museu Nacional de Arte Moderna. Proposta museológica e de doação que foi aceite no mesmo ano pelo presidente do Centre Georges Pompidou.
A Poltrona Boroa faz parte de uma série de móveis especialmente concebidos para o Centro Cultural de Belém. Situado na zona monumental de Belém, em Lisboa, junto ao Mosteiro dos Jerónimos e na proximidade da Torre de Belém, este complexo foi construído para receber a sede da primeira presidência portuguesa da União Europeia, em 1992. Para além da zona de congressos, as suas valências funcionais incluem uma vasta área expositiva e dois auditórios, com capacidade para espectáculos de ópera, teatro, cinema e música.
Um concurso público internacional permitiu seleccionar a proposta da equipa coordenada pelos arquitectos Vittorio Gregotti e Manuel Salgado. Daciano da Costa teve a seu cargo o projecto de equipamento fixo e mobiliário do conjunto.
A arquitectura é caracterizada pelos seus volumes regulares, ortogonais, opacos, bem ancorados ao solo.
A composição assenta numa ordem clara, onde predomina a simetria. Nos móveis que desenhou para este edifício, Daciano da Costa aplicou e desenvolveu os mesmos princípios. São objectos com uma grande estabilidade física e visual, com apoios sólidos, forma simétrica.
No caso da Boroa, a construção metálica com um forte carácter industrial, destaca a delicadeza aparente do assento e entra em contraste com a pele que reveste as zonas estofadas, aquelas que recebem os utilizadores. Povoando zonas de espera e espaços de circulação do público, isolada ou em grupo, a Boroa assume uma vaga imagem zoomórfica e uma discreta afectuosidade.