O complexo do CCB constitui — importa dizê-lo preto no branco — o único espaço de representação nacional, com a dignidade e a qualidade exigidas, que o Estado português construiu desde a sua adesão a grandes instituições internacionais contemporâneas e o alargamento diplomático na era pós-1974, e também aquele — e creio que não há nem haverá outro — que se possa comparar à excelência do edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian, construído três décadas antes e ao qual o próprio Daciano da Costa (1920-2005) dera um contributo muito relevante, como este livro não deixa de fazer notar, tanto nas suas linhas como nas suas entrelinhas. Revisitado vezes sem conta pela historiografia o complexo da FCG, o do CCB não merece menos atenções, e não me refiro aqui aos imbróglios criados — e sucessivamente recriados — pelo seu museu de arte contemporânea ao longo dos anos e ainda sem fim à vista.