Apreciava como ninguém o mundo das mulheres, e era frequente perguntarem se não tinha pena de não ter tido um rapaz, ao que respondia com orgulho: Sou um homem de sorte!
Sorte também a nossa, das Dacianas, como éramos conhecidas pelos amigos.
Mais do que o legado como designer e professor, foi o de pai das minhas irmãs, marido da nossa mãe e o nosso pilar.
Ensinou-nos o olhar atento sobre as coisas simples e os momentos que, ainda que breves, podem transformar o trivial em excepcional. A vontade de encontrar em cada dia um pretexto de estar vivo, vivendo da intimidade das relações que criamos com as pessoas, com os lugares e com os objectos que nos rodeiam.
1959 foi na Escola Superior de Belas Artes que conheceu a Maria Teresa, com quem viria a casar nesse mesmo ano. Filha do arquitecto Cottinelli Telmo e sobrinha do cineasta Leitão de Barros.
1960 a 1970 foi neste período entre os anos 60 e 70 que nasceram as suas cinco filhas: a Ana (1960), a Catarina (1961), a Inês (1963), a Teresa (1965) e a Maria (1970). As quatro mais velhas seguiram a tradição da familia formando-se em Arquitectura e em Arquitectura Paisagista e só a mais nova, a Maria, escolhe uma área diferente - Economia.
1980 a 2000 das suas cinco filhas viria a ser avô de dez netos.
Continua a encher-nos de energia todos os dias.