Daciano da Costa começou a trabalhar na área do design ainda durante a década de 1950. Portugal vivia sob um regime político autoritário e conservador que promovia os valores tradicionais – o passado mitificado, as supostas raízes populares –, avesso à mudança, ao progresso, à modernidade e isolado em relação ao contexto internacional.
O desfecho da II Guerra Mundial viera proporcionar um ambiente de relativa abertura e de maior disponibilidade, tanto nos poderes públicos como na iniciativa privada, mas continuava a sentir-se a ausência de uma corrente moderna continuada e sólida. Não existia um ensino moderno de arquitectura e a formação em “artes decorativas” resumia aquilo que, mais tarde, havia de chamar-se design; as experiências de tendência moderna eram pontuais, dependentes de iniciativas pessoais e de talentos solitários.
Daciano recebeu a sua formação inicial na Escola de Artes Decorativas António Arroio, em Lisboa, que completou com o curso de pintura na Escola de Belas-Artes desta cidade. Colaborou no atelier de Frederico George – arquitecto e também pintor – onde cultivou uma crescente sensibilidade pelos processos sistemáticos e racionais do projecto, sem esquecer a poesia contida na abordagem subjectiva aos problemas.
Uma vez estabelecido com atelier próprio, Daciano decidiu abandonar a pintura. Com um imperativo ético, de intervenção social, entregou-se ao design industrial e ao design de interiores – sem perder de vista o design corporativo – numa aproximação gradualmente mais profunda ao universo da arquitectura, à produção industrial e ao mercado.
Desempenhou, em diversos níveis, um papel de referência para a institucionalização do design em Portugal, enquanto disciplina e enquanto profissão.
Por um lado, Daciano foi um dos autores que contribuiu para criar uma paisagem moderna em Portugal, para fazer o país participar nas tendências internacionais de cada momento, partilhando os princípios conceptuais e formais do movimento moderno internacional.
Daciano aproximou-se das principais referências do seu tempo (italianas, francesas, escandinavas, americanas, japonesas…) e incorporou-as na sua obra, adaptando-as aos recursos e às condicionantes locais, numa produção ao mesmo tempo eclética e com uma marca autoral segura, que combina o conhecimento da história da disciplina e uma intenção de contemporaneidade.
Sabia escolher a oportunidade para o desenho do objecto corrente e para a peça de excepção, combinando-as sem se excluírem, contribuindo ambas para a caracterização e a diferenciação dos ambientes. E, sempre com uma boa dose de pragmatismo, isto é, de realismo e bom senso, com uma atenção particular à proporção, ao detalhe, aos materiais, às cores e texturas, procurava o equilíbrio, a harmonia das formas, a combinação certa dos estímulos sensoriais.
Por outro lado, Daciano foi um defensor militante do design, empenhado em esclarecer a natureza e as responsabilidades dessa atividade emergente e, enquanto professor, desenvolveu um trabalho estructurante do ensino da profissão entre nós.
Nasceu em Lisboa em 1930.
Completou o Curso de Pintura da Escola de Artes Decorativas António Arroio (1943-1948) e o Curso Superior de Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (1950-1961).
Recebeu o prémio Constantino Fernandes, da Academia Nacional de Belas-Artes, e o Prémio Escolar Ferreira Chaves, da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (1962).
Colaborador do atelier de pintura e arquitectura de Frederico George (1947-1959).
Estabeleceu atelier próprio em Lisboa em 1959, desenvolvendo desde então a sua actividade no projecto de Arquitectura de Interiores, Equipamento e Mobiliário, Design de Exposições e Design de Produtos.
Iniciou em 1962 a sua colaboração com a Metalúrgica da Longra com a primeira linha de mobiliário para escritório, Linha Cortez, que se iria prolongar por quase trinta anos.
Em 1974 fundou a empresa Risco, orientada para o desenvolvimento de projectos de Design Industrial, Design de Exposições e Design Gráfico.
Sócio fundador da Associação Portuguesa de Designers (APD).
Por proposta da Associção Portuguesa de Designers (APD), está inscrito no Bureau of European Designers Associations (1990).
Chairman do Congresso Internacional Icograda ’95, organizado pela Associção Portuguesa de Designers (APD) (Lisboa, 1995).
Membro do Conselho Consultivo do Centro Português de Design. Sócio correspondente da Academia Nacional de Belas-Artes.
1º Prémio do Concurso de Design Louças SPAL (1970).
Nomeado pelo júri nacional para o European Community Design Prize (1990).
Recebeu o Prémio Nacional de Design do Centro Português de Design (1991).
1º classificado no concurso Arte e Design na Cidade - Montras Barclays, promovido pelo Barclays Bank, com gestão do Centro Nacional de Cultura (1996).
Agraciado pela Presidência da República com o grau de Grande Oficial da Ordem do Mérito (1995) e com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique (2001).
Desenvolveu actividade pedagógica na área do Design desde 1954 em diversos níveis de ensino oficial e privado.
Desde 1977, é docente convidado do Departamento de Arquitectura da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, mais tarde Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa (FA-UTL).
Elaborou e implementou o plano de estudos e os programas das disciplinas fundamentais do curso de Licenciatura em Arquitectura do Design, criado em 1992 na FA-UTL, de que é coordenador.
É nomeado professor catedrático do Departamento de Arte e Design da FA-UTL em 1998. Desde Setembro de 2000 é professor catedrático jubilado da FA-UTL.
Exposição Retrospectiva Daciano da Costa Designer, na Fundação Calouste Gulbenkian (2001).
Publicou os livros Croquis de Viagem (1994) e Design e Mal-Estar (1998); antologia de intervenções, textos e entrevistas publicados na imprensa.
Desenvolveu actividade pedagógica na área do Design desde 1954 em diversos níveis de ensino oficial e privado.
Desde 1977, foi docente convidado do Departamento de Arquitectura da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, hoje Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa (FA-UTL).
Elaborou e implementou o plano de estudos e os programas das disciplinas fundamentais do curso de Licenciatura em Arquitectura do Design, criado em 1992 na FA-UTL, de que é coordenador.
Foi nomeado professor catedrático do Departamento de Arte e Design da FA-UTL em 1998. Professor Catedrático Convidado da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. Desde Setembro de 2000 é professor catedrático jubilado da FA-UTL.
Foi um dos coordenadores científicos do primeiro Curso de Mestrado em Design da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, iniciado em 2002.
Doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro (2003) e pela Universidade Técnica de Lisboa (2004).
Sob a orientação de Frederico George iniciou a actividade de designer (1947-1959).
Estabeleceu atelier próprio em Lisboa em 1959, desenvolvendo desde então a sua actividade no projecto de Arquitectura de Interiores, Equipamento e Mobiliário, Design de Exposições e Design de Produtos. Iniciou em 1962 a sua colaboração com a Metalúrgica da Longra.
Em 1974 fundou a empresa Risco, orientada para o desenvolvimento de projectos de Design Industrial, Design de Exposições e Design Gráfico.
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